Sistemas sustentáveis de produção de alimentos: eficiência para empresas e valor para consumidores
No cenário atual, em que consumidores cobram mais responsabilidade socioambiental e empresas enfrentam pressão por eficiência, os sistemas sustentáveis de produção de alimentos tornaram-se prioridade estratégica no setor de food service.
Isso acontece porque, de um lado, empresas precisam reduzir custos, melhorar margens e fortalecer reputação junto a clientes e investidores. Por outro lado, consumidores querem comer melhor, com menos impacto ambiental, embalagens recicláveis e transparência sobre a origem dos ingredientes. Assim, conciliar essas visões é o caminho para transformar a sustentabilidade em resultado. Afinal, um dos maiores vilões dessa jornada é o desperdício.
Trata-se de um desafio urgente, pois, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo são perdidos ou desperdiçados em toda a cadeia. Como resultado, isso representa custos elevados, emissões desnecessárias e insegurança alimentar. Além disso, a Bloomberg Intelligence projeta que os investimentos em ativos ESG podem ultrapassar US$ 53 trilhões até 2025, mostrando que capital e sustentabilidade estão cada vez mais interligados. Diante dessa realidade, é fundamental entender o conceito.
O que são sistemas sustentáveis de produção de alimentos
Os sistemas sustentáveis de produção de alimentos combinam práticas, processos e tecnologias voltados a equilibrar três frentes essenciais: impacto ambiental, eficiência econômica e valor social. Assim, vamos detalhar isso.
Em outras palavras, destacam-se:
- Uso racional de água, energia e insumos;
- Planejamento inteligente para reduzir desperdícios, bem como rastreabilidade completa de ingredientes e fornecedores;
- Adoção de práticas de economia circular;
- Integração a metas ESG auditáveis e transparentes.
Na prática, essa visão se aplica diretamente ao setor. Pensando nisso, consequentemente, essa abordagem é especialmente relevante para restaurantes corporativos, cozinhas industriais, hospitais, escolas e operações de alimentação coletiva, onde o volume de refeições potencializa tanto o impacto ambiental quanto as oportunidades de eficiência. Afinal, é nesse grande volume que os maiores gargalos, como o desperdício, tornam-se evidentes.
O desperdício: o vilão dos sistemas sustentáveis de produção de alimentos
O desperdício de alimentos é um dos principais gargalos da cadeia de produção e consumo. Não só isso, além da estimativa de “1/3” da FAO, estudos recentes apontam que o número pode chegar a 40% em determinadas cadeias. Portanto, agir é crucial.
Diante desse cenário, como reduzir o desperdício na prática:
- Primeiramente, monitorar sobras e restos de pratos por meio de indicadores claros;
- Em seguida, aplicar fichas técnicas precisas para controlar rendimento;
- Também, usar cardápios cíclicos que otimizam ingredientes sazonais;
- E por fim, investir em campanhas educativas que envolvam o consumidor na redução de perdas.
Como vimos, são passos claros. Acima de tudo, essas são ações práticas que, quando combinadas com tecnologia, geram resultados rápidos. E essa agilidade é necessária. Assim, no Brasil, aliás, o problema é ainda mais urgente: segundo o IBGE, 30% de todos os alimentos produzidos são desperdiçados. Por isso, isso reforça a necessidade de adotar sistemas tecnológicos que ajudem a prever demanda, ajustar cardápios e garantir um consumo mais consciente.
O papel das compras locais nos sistemas sustentáveis de produção de alimentos
A compra de insumos é, de fato, uma das formas mais diretas de aplicar sustentabilidade no food service. Afinal, ao priorizar produtores locais e sazonais, empresas reduzem a pegada de carbono associada ao transporte, fortalecem economias regionais e ainda ganham em frescor e qualidade.
Boas práticas em compras sustentáveis:
- Consolidar pedidos para reduzir embalagens;
- Dar preferência a alimentos da safra atual;
- Auditar práticas de produção, como uso de energia renovável e manejo responsável.
Obviamente, a implementação dessas práticas exige um planejamento logístico, mas os benefícios são claros. Ainda assim, o esforço vale a pena. Dessa forma, pode-se ver que esse modelo gera ganhos para todos os lados: menor custo logístico, maior controle sobre a qualidade dos ingredientes e engajamento do consumidor, que valoriza empresas alinhadas à responsabilidade socioambiental.
Gestão de água e energia nos sistemas sustentáveis de produção de alimentos
Os sistemas sustentáveis de produção de alimentos dependem da eficiência no uso de recursos. Assim, um exemplo são as cozinhas industriais que consomem muita água e energia. Sendo assim, adotar pequenas mudanças já geram impacto. Por exemplo:
- Energia solar fotovoltaica: já reduz contas em até 35% em operações de grande porte.
- Iluminação LED e sensores de presença: corte direto de consumo elétrico.
- Manutenção preventiva de equipamentos: evita vazamentos e desperdícios ocultos.
- Treinamento da equipe: conscientização garante o uso racional de recursos.
Embora pareçam pequenas, essas mudanças geram um impacto financeiro e operacional significativo a longo prazo. Além do retorno financeiro, obviamente, essas medidas reforçam a comunicação ambiental da empresa e ajudam a cumprir metas ESG exigidas por investidores e reguladores.
Gestão de resíduos nos sistemas sustentáveis de produção de alimentos
Para que os sistemas sustentáveis de produção de alimentos sejam completos, a gestão inteligente de resíduos é outro pilar essencial. Isso significa ir além do básico. Separar materiais recicláveis, investir em compostagem e firmar parcerias com cooperativas são passos essenciais para uma economia circular.
Inclusive, no delivery, surgem soluções como as embalagens retornáveis. Pensando nisso, um exemplo inspirador é uma empresa que utiliza marmitas de alumínio e garrafas de vidro retornáveis, recolhidas na entrega seguinte, reduzindo resíduos e educando o consumidor. Veja o impacto disso: isto é, a logística reversa deixa de ser um custo e vira uma ferramenta de engajamento.
Portanto, esse tipo de prática mostra que sustentabilidade pode ser aplicada em negócios de qualquer porte e, quando bem comunicada, gera engajamento e fidelização.
Tendências de menu: do plant-based ao aproveitamento integral
Além disso, os sistemas sustentáveis de produção de alimentos também impactam diretamente o menu. Por exemplo, relatórios como o Future Menus 2024 da Unilever Food Solutions reforçam duas tendências globais:
- Crescimento das opções plant-based em cardápios (15 vezes mais que há quatro anos);
- Aproveitamento integral de alimentos, utilizando cascas, folhas e talos em receitas criativas.
Essas práticas reduzem custos, ampliam o público (incluindo veganos e vegetarianos) e comunicam responsabilidade ambiental. Justamente por isso, além de que, por meio delas, os consumidores percebem inovação, frescor e alinhamento com seus valores.
E essa não é uma visão isolada. Ainda mais, consultorias como a WGSN também apontam que snacks e porções menores serão protagonistas até 2025, alinhando conveniência, saúde e redução de perdas. Tudo está conectado. Em suma, o cardápio moderno deve refletir a eficiência da produção, conectando-se diretamente com o que o consumidor valoriza.
Ecodelivery como pilar dos sistemas sustentáveis de produção de alimentos
Seguindo essa mesma linha de tendências, atualmente, o crescimento acelerado do delivery com estimativas que ultrapassam US$ 1,2 trilhão em 2024 e projeção de expansão de 20% em 2025 reforça a necessidade de modelos mais sustentáveis.
Práticas do ecodelivery:
As práticas do ecodelivery são:
- Uso de embalagens biodegradáveis, recicláveis ou retornáveis;
- Logística otimizada com softwares de roteirização;
- Adoção de bicicletas, veículos elétricos ou combustíveis renováveis;
- Programas de logística reversa para devolução de embalagens.
Quando implementadas em conjunto, além de reduzir impactos ambientais, o delivery sustentável oferece benefícios diretos: isto é, ou seja, economia a longo prazo, fidelização de clientes conscientes e diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exigente.
Sustentabilidade para empresas x sustentabilidade para consumidores
O que a empresa busca
Para empresas, sustentabilidade está diretamente ligada a eficiência operacional e reputação. Em termos práticos, ou seja, isso significa:
- Reduzir custos de CMV, água e energia;
- Mitigar riscos regulatórios e sanitários;
- Fortalecer a imagem corporativa com relatórios ESG;
- Garantir acesso a capital e investidores.
O que o consumidor valoriza
Entender essa visão é fundamental para o sucesso da comunicação. Afinal, o consumidor pensa diferente. Por outro lado, já o consumidor percebe sustentabilidade como:
- Comer saudável e fresco, com opções vegetais e sazonais;
- Gerar menos lixo, com embalagens biodegradáveis ou retornáveis;
- Ter transparência sobre a origem dos alimentos.
O desafio, então, é encontrar a sinergia.
Como alinhar os dois mundos
Dessa forma, a sinergia acontece da seguinte forma:
- Aproveitamento integral: reduz custos e comunica cozinha sem desperdício.
- Cardápio cíclico com IA: otimiza compras (empresa) e garante frescor (consumidor).
- Embalagens retornáveis: cortam custo de insumos e reduzem lixo visível.
- Energia limpa: reduz OPEX e sinaliza compromisso ambiental.
Educação e cultura organizacional
Nenhum sistema sustentável de produção de alimentos se mantém sem engajamento. Justamente por isso, é essencial criar uma cultura interna de sustentabilidade. Isso pode incluir ações como:
- Treinar equipes sobre porcionamento, armazenagem e economia de recursos;
- Compartilhar metas e conquistas ambientais com colaboradores e clientes;
- Premiar resultados em redução de desperdício ou consumo de água.
Portanto, assim, esse envolvimento coletivo transforma a sustentabilidade em um valor da organização, indo além do discurso e gerando resultados consistentes. Contudo, as pessoas sozinhas não escalam o processo.
O papel da tecnologia nos sistemas sustentáveis de produção de alimentos
Mas, para que a cultura organizacional e os processos funcionem em escala, a tecnologia é o motor dos sistemas sustentáveis de produção de alimentos. De fato, afinal, plataformas de gestão permitem:
- Prever demanda e ajustar cardápios com inteligência artificial;
- Controlar estoque com alertas de validade e rotação;
- Monitorar perdas e CMV com dashboards de BI;
- Rastrear fornecedores e lotes para garantir segurança alimentar;
- Comparar emissões e sustentabilidade em processos de compra.
Portanto, os ganhos são abrangentes. Além de facilitar relatórios ESG, sem dúvida, essas soluções entregam ganhos imediatos em custos e eficiência, transformando a sustentabilidade em vantagem competitiva.
Roadmap: Implementando sistemas sustentáveis de produção de alimentos em 90 dias
0 à 30 dias — Diagnóstico e metas
- Medir perdas por categoria (pré-preparo, cocção, balcão, prato);
- Mapear consumo de água e energia por área/equipamento;
- Revisar mix de compras: priorizar sazonal e local;
- Definir 3 metas objetivas (ex.: -15% sobras; +20% compra sazonal; 100% LED).
Em outras palavras, esta é a fase de diagnóstico que fundamenta todo o projeto. Com os dados em mãos, o próximo passo é agir.
31 à 60 dias — Processos e pessoas
- Nesta fase, implantar ficha técnica com rendimento e porcionamento;
- Treinar equipe em aproveitamento integral e separação de resíduos;
- Testar embalagem sustentável e logística reversa em 1 categoria;
- Iniciar painel de indicadores (perdas, CMV, água, energia).
A partir daqui, a gestão à vista se torna indispensável para o acompanhamento das metas. Agora, é hora de escalar.
61 à 90 dias — Tecnologia e escala
- Ativar previsão de demanda e cardápio cíclico;
- Integrar compras–estoque–produção;
- Fechar acordos com fornecedores locais e setar metas de rastreabilidade;
- Comunicar resultados ao público interno e clientes (transparência fortalece a marca).
Por fim, o ciclo se reinicia com a análise dos dados coletados para novos diagnósticos.
Conclusão
Os sistemas sustentáveis de produção de alimentos são mais do que uma tendência: são, na verdade, a resposta concreta a pressões de mercado, investidores e consumidores. Pensando nisso, para empresas, representam redução de custos, mitigação de riscos e reputação fortalecida. Enquanto isso, para consumidores, traduzem-se em refeições mais saudáveis, embalagens de baixo impacto e transparência. Dessa forma, deixa claro que as duas visões se complementam.
Portanto, quando tecnologia, processos e comunicação trabalham juntos, a sustentabilidade deixa de ser discurso e se transforma em resultado tangível, tanto no DRE da empresa quanto na preferência do cliente no momento da compra.
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